quinta-feira, 27 de maio de 2010

A Janela

 
Certa vez, dois homens estavam seriamente doentes na mesma enfermaria de um grande hospital. O cômodo era bem pequeno e nele havia uma janela que dava para o mundo. 

Um dos homens, cuja cama ficava próxima à janela, tinha a permissão para sentar-se na cama por uma hora durante as tardes e admirar o mundo lá fora


O outro, contudo, tinha de passar todo o seu tempo deitado de barriga pra cima. Todas as tardes, o homem cuja cama ficava perto da janela, passava o tempo todo descrevendo o que via lá fora. 

A janela dava para um parque onde havia um lago com patos e cisnes, onde as crianças iam atirar-lhes pão e colocar barcos de brinquedo na água. Jovens namorados caminhavam de mãos dadas entre as árvores, havia flores, gramados e jogos de bola. E ao fundo, por trás da fileira de árvores, avistava-se o belo contorno dos prédios da cidade. 

O homem deitado ouvia o outro descrever tudo isso, apreciando todos os minutos. Ouviu sobre como uma criança quase caiu no lago e sobre como as garotas estavam bonitas em seus vestidos de verão. As descrições de seu amigo eventualmente o faziam sentir que quase podia ver o que estava acontecendo lá fora. 

Então, uma bela tarde, ocorreu-lhe um pensamento: "Por que o homem que ficava perto da janela deveria ter todo o prazer de ver o que estava acontecendo? Por que ele não podia ter essa chance?" Sentiu-se envergonhado, mas quanto mais tentava não pensar assim, mais queria uma mudança. Faria qualquer coisa!

Numa manhã, seu companheiro de quarto fora transferido, abriu-se então a oportunidade para que fosse removido para a cama com vista para o mundo. 

Logo que pareceu apropriado, o homem perguntou se poderia ser colocado na cama próxima a janela. Então, colocaram-no lá, aconchegaram-no sob as cobertas e fizeram com que se sentisse bastante confortável. No minuto em que saíram, ele apoiou-se sobre um cotovelo, com dificuldade e sentindo muita dor, olhou pra fora da janela. 

Viu apenas um muro... 

A vida é, sempre foi e será aquilo que nós a tornamos.

(Autor desconhecido)

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